NO DIA EM QUE DINHEIRO VIRÁ POEIRA
A última árvore caiu com um estrondo surdo, como um suspiro de desespero. Seu tronco nu, antes coberto por folhas verdes e exuberantes, agora era apenas um esqueleto de madeira sob um céu cinzento e vazio. Ninguém comemorou. Ninguém se alegrou. O último peixe, um mero esqueleto, foi retirado das águas turvas, um lembrete silencioso da vida que já existia. O último rio, outrora um fio de prata que serpenteava pela terra, era agora um esgoto aberto, um símbolo de nossa ganância insaciável.
Nesse dia, sob o olhar gélido do sol, a humanidade finalmente percebeu o amargo sabor da derrota. O dinheiro, que antes era a moeda de troca por tudo, havia se tornado um peso morto, um pó sem valor. A natureza, silenciosa e implacável, havia nos mostrado o verdadeiro preço da nossa ambição. A fome, a sede, o desespero se apoderaram do mundo, e a única moeda que restou era o arrependimento.
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